O ano de 2012 está quase a terminar e umas das mais tardias tradições do ano é a apanha da azeitona.
Assim, estenderam-se novamente os panos e subiu-se à oliveiras para a fazer cair, já que, afirma que
Assim, estenderam-se novamente os panos e subiu-se à oliveiras para a fazer cair, já que, afirma que
sabe da poda, o calor tardio está a fazer secar a azeitona nas árvores antes de amadurecer.
Esta é uma das tarefas agrárias mais importantes e continua a fazer-se da forma mais tradicional, por
lugares, aldeias e vilas repetem-se os antigos rituais. Como os dias de inverno são mais pequenos, sai-se
de madrugada, munidos dos apetrechos indispensáveis: escadas, panos, peneiras para separar as folhas,
sacos, cestos e, claro está, a cesta do farnel.
Terminada a safra, há a tarefa de escolher as azeitonas, limpá-las de impurezas, folhas, ramos, paus. Em
outros tempos, as azeitonas eram conservadas em sal em grandes tulhas e ali ficavam algum tempo, por
vezes até meses, até o lagareiro ter vaga no lagar para a prensa. O azeite nestas condições resultava
sempre bastante ácido e com um sabor bem característico, nem sempre apreciado por aqueles que estão
já habituados ao azeite menos puro.
Depois de apanhada e limpa, a azeitona é logo levada para o lagar, sem qualquer adição ao produto
final. Os próprios lagares também se modernizaram e o processo é bem mais eficiente, com grandes
prensas eléctricas e maior rapidez, consegue-se assim um azeito puro de acidez reduzida.
Concluído o trabalho, as tradições portuguesas sempre apontam para o convívio, que torna o trabalho
árduo menos penoso. As tibornas são um manjar apreciado, enquanto se aguarda pela prensagem da
azeitona, que consiste em fatias de pão aquecidas na própria caldeira do lagar, colocadas num prato,
polvilhadas com açúcar e regadas com o azeite novo.
Finalmente, o azeite é engarrafado e armazenado na cave, num local escuro e frio.
Assim, vamos recordando a importância cultural e económica destes costumes,
sempre que nos sirvam um bom bacalhau à lagareiro!
"Não é de pancada de vara que amadurece a azeitona" Provérbio